Baseados em suas experiências de vários anos como cooperantes, Myriam Paredes y Stephen Sherwood nos apresentam sua análise do impacto dos programas de cooperação em meio rural. Hoje em dia os autores participam de processos sociais como ativistas e professores universitários morando numa fazenda ecológica no Equador. Através de artigos publicados na revista Allpa n° 9, Paredes et Sherwood mostram as contradições das práticas atuais de cooperação ao desenvolvimento e apontam uma nova alternativa.
Neste artigo, eles argumentam que a « indústria do desenvolvimento rural » têm promovido dois modelos de desenvolvimento, que são todo os dois baseados num pensamento instrumental de causa-efeito : a « transferência de tecnologia » e o « desenvolvimento participativo », ambos fundados no princípio de « capacitar » os outros, ou seja, os pobres, os produtores, o sul global.
O que deve mudar ? Paredes e Sherwood acreditam que se deve buscar uma maior coerência entre todos os aspectos da vida quotidiana. Com a proposta de Desenvolvimento 3.0, eles defendem a ideia de (co)construir a mudança social a partir da escala familiar e incluindo « todos os que comem », que venham do setor rural ou urbano, que sejam práticos ou especialistas, do norte ou do sul.